O Clube de Golfe CGD foi fundado em1988 por um grupo de empregados da CGD, liderados pelo Alexandre Paiva Brandão.
Depois de consultado os Serviços Sociais da CGD, que deu a sua anuência, divulgou-se o projecto que teve amplo acolhimento, tendo recebido a inscrição de cerca de 80 sócios interessados em praticarem a modalidade.
Fez- se depois uma acordo com a Federação Portuguesa de Golfe, cujo presidente era na altura o Eng. Marques Pinto, que tinha iniciado recentemente a prática de golfe no Estádio Nacional (Jamor) com um Driving Range, professores e respectivo Clubhouse.
Iniciaram a aprendizagem, com o profissional Joaquim Moura (Quim), cerca de 30 sócios, dos quais deixo aqui o registo dos principais para memória futura:
ALEXANDRE SOBRAL TORRES
ANTÓNIO PAIVA BRANDÃO
AMADEU PIRES
AMARO LAIA
AMÍLCAR CAMACHO
ANTÓNIO TOMÁS CORREIA
CARLOS COELHO ALVES
CLÁUDIO LUNA PAIS
FERNANDO SEQUEIRA
GILBERTO SOUSA
HEITOR FERREIRA
JORGA FARIA
JORGE TEIXEIRA LOPES
MANUEL MORES RODRIGUES
ROSELIO AGUILAR
JOSÉ CUNHA
JOSÉ PALMEIRO
VIRGINIO CASTRO
Alguns destes infelizmente já faleceram, aqui lhes presto a minha homenagem.
O professor também fornecia o equipamento porque no início ninguém tinha.
A primeira vez que fomos ao campo o Quim deu um taco a cada um e levámos meia dúzia de bolas num saco de plástico, foi a nossa iniciação no campo de golfe da Aroeira.
Fomos pioneiros na constituição de clubes de golfe sem campo. Na altura só existiam quatro: Clube de Golfe TAP; Clube de Golfe Médico; Clube de Golfe dos Jornalistas e o Clube de Golfe dos Barmens.
Na fase seguinte fizemos contratos com alguns campos, nomeadamente o Golfe de Tróia e o Golfe do Casino do Estoril (nove buracos, junto ao Autódromo do Estoril). Os contratos garantiam a presença de poucos jogadores ao fim de semana, pelo que fazíamos uma escala identificando os jogadores que tinham direito ao campo naquele fim de semana!
Os preços eram acessíveis, o Clube pagava uma parte com o contrato e o jogador a outra parte quando ia jogar.
Tinjamos uma receita anual determinada pelo número de sócios inscritos que nos dava alguma folga, porque o número de inscritos era sempre muito maior que o número de jogadores. Haviam muitos sócios inscritos que nunca iniciaram a actividade ou desistiam!!
Quando foi inaugurada a Sede na Av. João XXI, na visita à área desportiva dos Serviços Sociais constatamos a existência de salas destinadas a diferentes modalidades: ginástica, musculação, judo, squash, etc.
Na altura o professor Carlos Abreu tinha inaugurado uma sala em Campo de Ourique para aprendizagem de golfe, com redes à volta, tapetes e todos os requisitos para a prática do golfe. Utilizámos e pareceu-nos que podíamos replicar numa das salas da área desportiva da nova sede.
Falei com o administrador do pelouro, Eng.Varatojo, e com o diretor das obras, Eng. Luna Pais e consegui-se que cedessem uma das salas para o ensino do golfe.
Contratei o próprio Carlos Abreu como professor e resultou durante algum tempo mas depois desinteressou-se, começou a chegar atrasado às aulas, a não tratar os alunos como devia, etc…e acabámos por rescindir o contrato amigavelmente.
Depois contratámos o professor Domingos Moita que dava aulas no Driving Range do Estádio Nacional e na sala do Edifício Sede. Foi uma aposta conseguida, o professor Domingos Moita foi o responsável pela formação de quase todos os jogadores do Clube de Golfe da CGD.
Não se limitava às aulas, por sua iniciativa e sem qualquer remuneração adicional acompanhava os iniciados ao campo dando-lhes todas as condições para se lançarem na modalidade.
O Clube desenvolveu-se naturalmente, chegando a ter perto de 250 sócios com cerca de metade a jogar regularmente. Havia desde Auxiliares Administrativos até Administradores a jogarem lado a lado em saudável convívio.
A actividade do Clube foi intensa, temos ainda dois torneios mensais, o principal para empregados efectivos que se realiza no último domingo de cada mês e outro para reformados durante a semana, com prémios e Ordens de Mérito cujos nomes dos vencedores são gravados em quadros de madeira que estão expostos na sala de golfe do Edifício Sede.
O Clube teve a sua época alta quando conseguimos o patrocínio de algumas empresas do Grupo CGD, nomeadamente a Fidelidade, a Locapor, o BNU Macau e a Caixa Gestão de Activos. Fazíamos torneios custeados por cada uma das empresas, gratuitos para os sócios do Clube e convidados da empresa patrocinadora. Chegámos a ter mais de 100 jogadores nos torneios com lista de espera, muitos que não conseguiam entrar. Por principio não aceitávamos patrocínios fora do Grupo CGD, apesar de termos tido muitas ofertas de clientes, para evitar confusões com interesses privados.
Nessa altura chegámos a fazer um Circuito de Golfe de Empresas, em que participavam nomeadamente: o Clube de Golfe EDP; Clube de Golfe PT; Clube de Golfe Millenium BCP , com torneios regulares e atribuição de prémios nas diferentes modalidades.
Primeiro a Troika e depois a Pandemia, levou muitos jogadores a abandonar o golfe, não só no Clube Golfe CGD como também na generalidade dos clubes de golfe sem campo, reduzindo o número de sócios drasticamente.
Hoje parece estarem reunidas condições para reactivar o Clube e conduzi-lo novamente ao que já foi, recuperando sócios que já tinham saído e iniciando novos. Tudo dependerá da vontade e capacidade da actual direcção do Clube que parece muito empenhada neste objectivo.
Amílcar Camacho
Junho de 2023